quarta-feira, maio 30, 2007

domingo, maio 27, 2007

Pérolas (XXXIV)

Nem em pensamento sei explicar por que é que isto é uma pérola, mas é!

domingo, maio 13, 2007

Fatídica

Às vezes vem de fora a razão, pedaço de intrusão que semente e germe em árvores hierárquicas de sons iluminados pela lâmpada de Alá, digno denota quando detona a explosão de ar inchado de orgulho pátrio e mau trio admira que não saibas as últimas derradeiras invenções ocasionais da sociedade com sumo de fruta da época clássica. Eu vi, com estes olhos que a terra há-de temer por serem escuros de luz negra fechada no subterrâneo ruidoso minado de nome e nado vivo a treze desmaio cansado de tanta importância despedida por mau apartamento com duas ou mais atoalhadas combinações de certezas com rigor mortis e funeral combinado dois em um vitalício para sempre ou até que a sorte os separe nas fases orgânicas e angulosas do ritmo concêntrico, como é possível que não aconteça nada quando acontece alguma coisa que não esperamos que seja o que já aconteceu e então vemos que não. Foi assim de madrugada a cama destapada e o sol esfrangalhado dançando perdido pelo éter retumbante de ondas com vozes misturadas de imagens gastas e fartas de serem cera que derrete outra vez numa forma deformada e parada, sem olhos, sem mãos, sem carteira nem beira mar plantado de urgência numa viagem a pé ante pé até ao fim da linha âncora e corrente de lava mais branco que a neve que derrete o mais endurecido dos ruminantes enfiados contra as tábuas com dores de cabeça repetidas até o vermelho se embaciar de negro e derrubar outro ditador no ciclo infernal de casas alugadas aos seis meses de véspera por não saber que logo a seguir há uma nesga de céu por onde passa trincada às doze baldadas que se esqueceram que tinham marcado um encontro com o destino e o tino que se entregou à sorte grande para saber mais do que os outros que gostavam de se esquecer que viviam para lá do que era possível e não era possível aparecer nem ser na têvê que só vê o que é mais perto do que é aviltante e não esquece que é verdade o que já passou há muitos anos quando ainda aconteciam coisas bizarras à porta de cada casa e não era preciso importar galões de gasolina para peregrinar as ilusões. Mas, e há sempre um mastim que é fiel e por isso morde com precisão enquanto defende o seu bem e os bens dos que são bem e sabem bem onde está o bem e como está bem de ver não interessa onde se quer chegar quando não se quer chegar a lado algum mas se sabe por interposta pessoa que há quem conte à noite os contos que tinham ficado por contar na manhã anterior e com tudo isso se agradeça ao seu a seu dono do mundo e arredores e nós, que ficamos apegados às coisas fúteis da diversidade que há na cidade e da diversão que há na são tomamos com o olhar que não vê porque é melhor não ver do que nevar à noite quando ainda o frio do riso quente se sente a brilhar no modelo incontinente da tal razão que vem de fora e só estorva.

Prólogo

sexta-feira, maio 11, 2007

Cansaço

Todos os dias cumpro o meu plano.
O ritmo e a rotina confundem-se.
À distância, no leito do descanso, ocorre-me mesmo uma certa melodia.
Como se numa dada dimensão, às coisas sobrasse significado.

Na distância que se desenvolve repetida sob os meus pés, nos caminhos que vão sendo sempre o mesmo de outros dias, vejo, pela previsão própria de não esperar, o ciclo finito da importância.

No alto de cada dia há o cansaço adequado a eliminar promessas.
Tudo o que aprendi esqueço pelas mesmas razões.
E logo a seguir há o recomeçar do silêncio.

O recado de cada hora é a expressão do seu limite.
Sei, por querer saber, a curta vida das ilusões.
Aprendi, por ignorar, que se ousasse seguir, seguiria sempre.
Vi, por me ocultar, lugares mais além do horizonte.
Perdi, por desejar, uma boa ocasião de ser sentido.
Ouvi, pelo silêncio, o cântico orvalhado da servidão.
Fugi, emparedado, do medo que todos os dias me alimentou.

Todos os dias cumpro o meu plano.
Mesmo que o meu plano são seja meu.
Mesmo que não tenha feito nenhum plano de algum dia cumprir planos.

Há uma cadência própria nos passos que marcham a favor do seu destino.
Latente, na invisibilidade há uma presença rigorosa.
A harmonia é tão aparente como o desgosto de ficar de fora.
E lá fora, no erguer subtil da tempestade, queremos ainda que sejam sinais.

Cumpro o meu ciclo de verdades.
Arrisco apenas o ligeiro ardor dos olhos.
E à noite, enquanto se fazem fogueiras para acender desejos, ocupo o meu corpo a iluminar os limites que não quer.

Sísifo

segunda-feira, maio 07, 2007

Thinking Blogger Award

Nestas coisas dos blogues, como em tudo o mais, começa-se ao acaso e deixa-se que o acaso governe o estabelecimento da rede. É provável que nem outra coisa seja possível: o acaso é o deus único e nele repousa o destino. Eu deixo as coisas ao acaso por saber que mesmo que exerça o meu direito de escolha ele será ainda deturpado pela natureza rudimentar do desejo. Por acaso, por puro acaso, houve quatro blogues onde este modesto Zumbido foi incluído na lista "Thinking blogger award". Decididamente há pessoas capazes de tudo. A Elipse do poético Palavras em Linha diz que este é um lugar "onde a profundidade da escrita me faz pensar". A JP do enérgico Faz de Conta diz que há aqui uma escrita " que me deixa atenta às palavras fluídas e subentendidas". A MRF do interventivo Divas & Contrabaixos escolhe-me "por algumas 'velhas amizades' a que não faço referência há muito tempo". E a Maria do sereno Thornlessrose inclui-me nos "espaços que visito, admiro, e onde me detenho". Tenho que reconhecer que os próximos duzentos 'posts' que fizer vão ser a este propósito. Enquanto me lembrar dificilmente conseguirei falar de outra coisa.

Brinco, mas não brinco. Depois de descobrir que já não há tempo para criar um mundo novo, consola-me saber de lugares, pessoas e ideias que ainda conseguem ter a sua divergência em relação à norma. E que na sua marcha diária - ainda que virtual e simbólica - vão criando diferença e estando atentas a que o mínimo não seja um padrão. Pensam porque pensam e sabem pensar e se eu contribuo é apenas por acaso. E fazem-me criar afectos...

Por inerência de cargo devo agora indicar os meus favoritos. Mas não o vou fazer porque os meus favoritos são pessoas e só me ocorreria eleger aqueles que conheço e gosto pessoalmente. Ficam portanto excluídos esses e os que votaram em mim. Indico por isso, da lista aqui ao lado, aqueles que, além dos outros, já não dispenso nesse processo diário de nunca deixar de pensar: É um mundo mágico; Kitchnet; Mil nove sete nove; O livro no espaço triste; Voando sobre um ninho de dúvidas. De qualquer maneira isto fica só aqui entre nós. Eles não precisam de saber...

Zumbido

quinta-feira, maio 03, 2007